O que não é guerrilha

Depois da apresentação do meu TCC (sobre MKT de guerrilha), um professor, membro da banca, disparou a seguinte afirmação: "Esse tipo de marketing é novo, mas a agência (nome da agência) possui um departamento só pra essas ações".
Pois bem, procurei informações acerca do tal departamento de guerrilha da agência citada pelo professor (com ar de sabe-tudo). O que constatei foi o que já sabia. A "guerrilha" sobre a qual o ínclito mestre estava se referindo era, nada mais, nada menos, que panfletagem, bandeiradas nos sinais e algumas propagandas nas faixas de pedrestres. Confesso que gostaria de alguém mais gabaritado no assunto para dar nota ao trabalho (mas quem não tem cão, caça com gato mesmo).
A grosso modo, vejamos as diferenças entre a "guerrilha" proposta pelo professor e o verdadeiro Marketing de Guerrilha.

1- Ninguém olha um etregador de panfletos e diz "Putz!! Que ação legal essa que estão fazendo. Venham ver".

2- Muito menos ouvimos alguém dizer "Nossa! Vocês viram? Que coisa legal essas bandeiras tremulando no sinal".

Além de tudo, muitos motoristas levantam os vidros para não terem seus carros cheios de papéis, muitas vezes inúteis.














Ao contrário disso, o verdadeiro Marketing de Guerrilha busca surpreender o público usando o ineditismo, o não convencional, o impacto e o fator surpresa para gerar boca-a-boca e mídia espontânea (com baixo investimento).


Eis a diferença:















Figura acima: "Homem derretido". Ação da Cruz Vermelha com o objetivo de alertar para os malefícios do aquecimento global. Além de chamar a atenção dos passantes, a ação correu o mundo através da internet.


[]'s
Alamir Marinho

4 comentários:

Tanto disse...

Muito bacana! Realmente, apesar de ser uma grande leigo, as ação ditas de guerrilha em Belém são podres. Pouca coisa se salva, como a que vi, certa vez, na P. Vargas. Um carro som tocando Embalos de Sábado a Noite, e as pessoas dançando na faixa de pedestres, meio que flash mob.

O resto eu encaro até como semi escravidão, as pessoas que ficam horas a fio, sob sol ou chuva, distribuindo papel inútil ou balançando bandeiras.

Unknown disse...

Como leiga que sou, vou confessar que quando li o título do teu post imaginei inúmeras coisas, menos o assunto tratado. O que a gente vê pelas ruas daqui é realmente apático, nada impressiona, ou chama atenção de fato. Certa vez eu inclusive "salvei" um amigo meu em uma dessas "ações", levei água, lanche. É como Tanto disse, semi escravidão, onde sobra exploração falta capacidade, criatividade, inteligencia. Engraçado, dia desses eu falava com meu irmão sobre isso, pensava em alguma saída, com pena inclusive dos papéis desperdiçados nessas panfletagens rsrs, muita coisa louca saiu das nossas mentes, mas colocar em pratica deve ser muito difícil. Vamos apostar nos novos profissionais talentosos que estão surgindo né? Aposto em ti. E novamente, parabéns pelo blog, é bem legal mesmo.

Tanto disse...

Complementando a parte da semi escravidão, e que comentei ao telefone, pouco antes, com um amigo: os distribuidores e bandeireros ficam com cara triste, amuada, cara de velório. Ninguém gosta de comprar de quem que não gosta de estar vendendo. É o que eu acho, mesmo sendo um grande leigo.

Luana Castro disse...

Para mim a pergunta seria "O que é guerrilha?". Pior que já escutei falar várias e várias vezes sobre esse tipo de Marketing, mas ainda não tinha relacionado, enfim... Muito legal teu blog. Adorei o texto!

Só sinto muita pena dos coitados que ficam distribuindo os panfletos nos sinais. Sempre pego todos. Dá vontade de oferecer água ou qualquer outra coisa que amenize o calor sentido por eles!

E pensar que eles recebem tão pouco por um trabalho tão estafante.